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R7 Brasília

Alcolumbre diz estudar ‘fortemente’ alternativa ao projeto da anistia a presos do 8/1

Proposta foi protocolada em março pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE)

Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) Andressa Anholete/Agência Senado - 29/04/2025

O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), disse, nesta terça-feira (29), que estuda “fortemente” um texto alternativo ao projeto de lei que anistia os condenados pelos atos extremistas do 8 de janeiro. O texto em questão pode diminuir as penas de dois dos crimes aos quais os envolvidos foram condenados.

“Estou estudando fortemente o projeto apresentado pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE)“, explicou Alcolumbre, destacando que ainda não se reuniu com o parlamentar, mas que está lendo a proposta.

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Conforme mostrou o R7, Alcolumbre, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) estão estudando alternativas ao atual PL da anistia. O ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), inclusive, foi procurado para ajudar na construção do texto. O projeto de Vieira, dessa forma, seria um início para o avanço da alternativa.

Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) disse que ainda não teve contato com a proposta, mas que a ideia é uma “mão estendida para a conciliação nacional”.


“É um atendimento ao que é reclamado, sem ter anistia para quem tentou golpe de Estado e, ao mesmo tempo, é uma mão estendida para conciliação nacional”, classificou. A oposição, contudo, critica a ação de criar uma alternativa, alegando que o STF não pode participar das negociações.

Entenda

Protocolada em março deste ano, a proposta do Alessandro Vieira altera dois artigos do Código Penal, que tratam sobre os crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito — dois dos três crimes as quais os envolvidos no 8 de janeiro estão sendo condenados pelo STF.


O texto estabelece que, no crime de abolição, caso o envolvido tenha sido influenciado por multidão em tumulto e praticou “atos materiais”, sem participação no planejamento ou financiamento do ato, poderá ser condenado entre dois a seis anos de prisão, além da pena correspondente à violência. Atualmente, a pena é entre quatro e oito anos, mas o texto cria uma exceção nos casos citados.

Já nos casos do crime de tentativa de golpe, caso o envolvido tenha cometido o crime nos mesmos termos citados acima, poderá ser condenado entre dois e oito anos de prisão. Atualmente, a pena é de quatro a 12 anos, mas o texto cria uma exceção nas situações mencionadas.


Além disso, a proposta estabelece uma fusão nos dois crimes quando cometidos em conjunto, ou seja, o crime de abolição absolveria o crime de tentativa de golpe para evitar que haja a soma das penas. Levando em conta a pena mínima na exceção criada pelo texto, um individuo enquadrado nos dois crimes pegaria 2 anos de detenção. Agora se a pessoa não se enquadrar na exceção, poderá ficar presa, no mínimo, 4 anos.

O projeto ainda estabelece que a sentença da condenação, nos dois crimes, deve descrever de forma individualizada a conduta do condenado, além de demonstrar o nexo causal entre sua ação ou omissão e o resultado ilícito, vedando-se a atribuição de responsabilidade multitudinária ou coletiva. Isso sob pena de nulidade.

O que prevê a atual versão do PL da anistia

O relator do PL da Anistia, deputado federal Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), defende que os atos de vandalismo de 8 de janeiro “foram inflamados principalmente pelo sentimento de injustiça aos quais muitos brasileiros sentiram após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022″.

O texto, que teve sete projetos como base, anistia “todos os que participaram de manifestações com motivação política e/ou eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas, entre o dia 08 de janeiro de 2023 e o dia de entrada em vigor desta lei”.

Conforme o projeto, o perdão alcança os “crimes com motivação política e/ou eleitoral”. A anistia abrange “quaisquer medidas de restrições de direitos, inclusive impostas por liminares, medidas cautelares, sentenças transitadas ou não em julgado que limitem a liberdade de expressão e manifestação de caráter político e/ou eleitoral, nos meios de comunicação social, plataformas e mídias sociais”.

O projeto ainda inclui no perdão todos que participaram de “eventos subsequentes ou eventos anteriores” ao 8 de janeiro, “desde que mantenham correlação com os eventos acima citados”.

O relator também incluiu um trecho que anula as multas aplicadas pela Justiça Eleitoral ou comum às pessoas físicas e jurídicas em decorrência do 8 de Janeiro.

Isso poderia alcançar o Partido Liberal, multado em mais de R$ 22 milhões por litigância de má-fé após a legenda pedir a anulação de votos do segundo turno da disputa presidencial em 2022. Como a sigla pagou o montante, o valor teria de ser estornado, caso a redação final do texto seja promulgada dessa forma.

O projeto ainda inclui um artigo que, se aprovado, derrubaria a principal tese do STF (Supremo Tribunal Federal) para condenar os presos do 8 de Janeiro: o crime multitudinário — cometido por uma multidão em tumulto, de forma espontânea e organizada. O STF aplicou essa tese para condenar os envolvidos no episódio por atentado ao Estado Democrático de Direito.

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