Lula quer reativar debate sobre imigrantes em encontro da Celac
Petista cumpre agenda em Honduras para cúpula de países latino-americanos e caribenhos
Brasília|Ana Isabel Mansur e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta quarta-feira (9), da 9ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em Tegucigalpa, capital de Honduras. No encontro, os líderes devem discutir assuntos prioritários como integração regional, segurança, imigração e combate à fome e às mudanças climáticas.
Sobre a questão migratória, Lula deve abordar a reativação de um grupo de trabalho que tratava sobre o fluxo de imigrantes na região. Segundo a diretora do Departamento de Integração Regional do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Daniela Arruda Benjamin, essa é “preocupação perene da região”.
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“Nós tivemos no ado um grupo de trabalho que tratava regularmente disso. A ideia é que ele seja reativado, porque é um tema que obviamente tem impacto em todos os países da região, sejam países de fluxo de saída, de entrada, de agem, enfim, com todo o impacto econômico, social que isso tem”, disse ela durante briefing à imprensa sobre a viagem de Lula.
A embaixadora destacou que “há um interesse muito grande dos países da região, independentemente do contexto atual, de aprofundar o intercâmbio e a parceria para equacionar esse problema”.
“E sobretudo também ver os aspectos positivos desses fluxos migratórios, que muitas vezes nós esquecemos a contribuição dos migrantes dos diferentes países. Então, a preocupação é de tratar isso de uma maneira integral”, afirmou.
“O tema da mobilidade humana e o impacto que isso tem sobre as condições socioeconômicas e o desenvolvimento da região é um tema de preocupação central para os países da América Latina e do Caribe”, concluiu.
Indicação à secretaria-geral da ONU e outros temas
Além disso, Lula vai propor que os países do grupo tenham candidatura única para a secretaria-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), que ficará vaga em 2026 com o fim do mandato do português António Guterres. A expectativa de Lula é que a indicação seja de uma mulher.
Lula também deve sugerir ao grupo a divulgação de uma declaração conjunta em defesa das mulheres, paz e segurança. Ainda neste ano, os chefes de Estado da Celac devem promover fóruns de cooperação com a União Europeia e a China.
Além de participar da cúpula, o presidente deve ter reuniões bilaterais com outros chefes de Estado. O evento marca o fim da presidência temporária de Honduras e a transmissão para a Colômbia.
A pauta regional é uma das principais bandeiras do governo do presidente — o retorno do Brasil à Celac foi o primeiro ato de política externa de Lula na volta à Presidência da República, em 2023. Em janeiro de 2020, o então presidente Jair Bolsonaro anunciou a saída brasileira do grupo. À época, o ex-presidente alegou a participação de ditaduras no bloco.
Lula participou ativamente da criação da Celac, em 2008, e foi um dos articuladores do grupo, fundado oficialmente em 2010. Os países da Celac reúnem 670 milhões de habitantes, em uma área de mais de 22 milhões de km².
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