Alta da Selic: entenda quanto o seu investimento rende com a taxa a 14,75%
Taxa chegou ao valor mais alto desde julho de 2006; alta foi a sexta consecutiva
Economia|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

Nesta quarta-feira (7), o Copom (Comitê de Política Monetária) aumentou a Selic — taxa básica de juros — em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano. Esse é o maior patamar desde julho de 2006. A alta é a sexta consecutiva desde setembro do ano ado.
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A Selic é o principal instrumento do BC (Banco Central) para controlar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Ela é utilizada para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo, e influencia diretamente os investimentos de renda fixa. O R7 calculou a diferença de rendimentos caso R$ 1.000 seja investido no Tesouro Direto, poupança e no CDB.
Considerando que a taxa Selic se mantenha em 14,75% até o próximo ano, uma aplicação de R$ 1.000 no Tesouro Selic com vencimento em 2028 renderia R$ 122,06 em um ano, já com desconto do imposto de renda. O saque total seria de R$ 1.122,06. O valor bruto — com imposto de renda incluso — é de R$ 1.147,94.
Já no caso do CDB, considerando uma rentabilidade de 100% do CDI, o valor bruto depois de um ano é de R$ 1.147,02. Considerando a alíquota do imposto de renda sobre o lucro de 22,5%, o resgate cai para R$ 1.113,94.
Na poupança, mesmo que não exista incidência de imposto de renda, o saque seria ainda menor, de R$ 1.077,71. Os cálculos foram feitos utilizando a calculadora do Tesouro Direto. Como o período considerado foi de apenas um ano, a variação dos resgates foi pequena, mas a longo prazo, essa diferença se torna mais relevante.
Entenda a Selic
O aumento da taxa Selic é uma resposta do Banco Central para tentar conter o avanço da inflação do país. O economista e professor de mercado financeiro César Bergo explica que a alta na taxa de juros implica que as pessoas vão consumir menos, o que vai abaixar a inflação.
Segundo ele, o aumento da Selic também aumenta as taxas de crédito, o que prejudica famílias que precisem de dinheiro emprestado. “Nessa lógica, as pessoas pegam menos empréstimos e vão consumir menos, o que, teoricamente, faz com que a inflação caia.”
Apesar dos impactos negativos do aumento da Selic no dia a dia para a população, esse também pode ser um bom momento para investimentos, já que ela está diretamente ligada ao rendimento.
“Para quem pega dinheiro emprestado, [a alta da Selic] é ruim, mas para quem investe, é bom”, resume.
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