Pacheco vai virar ministro? Lula e senador mineiro se encontram sábado para decidir
Expectativa é de que ex-presidente do Senado substitua Alckmin no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio
R7 Planalto|Do R7, em Brasília

Uma estratégia ganha-ganha para destravar a reforma ministerial é discutida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com avanços previstos a partir deste sábado (15), quando os dois planejam se encontrar informalmente.
A expectativa é de que o petista ofereça abertamente o MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio) para o ex-presidente do Senado, que já indicou a aliados estar aberto para caminhar com o governo — o que não necessariamente significa assumir uma pasta da Esplanada.
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Pensando pelo lado do mineiro, o MDIC — ministério chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin — é uma pasta técnica, o que agrada Pacheco. E ainda oferece uma ampla rede de contatos ao político, o que é estratégico, já que ele estuda se candidatar a governador de Minas Gerais em 2026.
Para Lula, a força e interlocução de Pacheco com o Congresso abre portas para resolver o entrave na reforma ministerial, iniciando um caminho para trocas em pastas menores. O movimento é importante para encaixar aliados do centrão na Esplanada e, consequentemente, garantir governabilidade para os próximos dois anos de mandato.
Na teoria: o desfecho perfeito
Na prática, as dificuldades podem atrasar uma solução. Tirar o vice-presidente da liderança de uma pasta poderosa, sobretudo em meio à ampla discussão sobre o tarifaço promovido por Trump, pode ser considerado um desprestígio ao 02 do Executivo. Caso ele mesmo não ceda espaço para Pacheco, a oferta pode gerar ruídos internos.
Outra possibilidade aventada é a oferta da chefia do Ministério da Justiça, o que deve gerar um descontentamento político com Ricardo Lewandowski. No caso de uma demissão, o ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) perderia presença no Executivo, o que não aconteceria com Alckmin.
Diante dos gargalos, Pacheco tem sinalizado a interlocutores a intenção de reforçar um alinhamento político com Lula, mas sem que, para isso, precise cravar uma estratégia. Em outras palavras: ele quer deixar portas abertas. A principal expectativa é que o senador se torne ministro e depois se candidate a governador de MG, tendo Lula ao lado no palanque.
No entanto, nada impede que Pacheco desista da corrida ao governo mineiro e de qualquer candidatura a outro cargo eleitoral. Isso, o tempo e as pesquisas vão dizer.