Como é o convênio entre governos Tarcísio e Lula sobre câmeras para policiais
Gestão estadual se comprometeu a ampliar o número de câmeras para 15 mil — hoje, são cerca de 10 mil
São Paulo|Do Estadão Conteúdo

O Governo de São Paulo assinou um convênio com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para receber um investimento de R$ 27,8 milhões para ampliar o programa de câmeras corporais da Polícia Militar do estado.
O acordo, firmado entre a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, foi publicado na sexta-feira (9) no Diário Oficial do Estado, com vigência até abril de 2027.
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A ocorre logo após o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) entrar em acordo com a Defensoria Pública e o Ministério Público do Estado sobre a política de uso das chamadas bodycams pela PM.
Entre outros pontos, a gestão estadual se comprometeu a ampliar o número de câmeras para 15 mil — hoje, são cerca de 10 mil. Foram firmadas também novas definições para acompanhamento do uso do equipamento.
O documento foi homologado quinta-feira (8) pelo STF (Supremo Tribunal Federal), responsável por mediar o processo com os outros órgãos estaduais. A decisão ocorreu após três audiências de conciliação promovidas pela corte.
A principal mudança afeta o modelo de gravação. Conforme previsto em edital, ele deixará de ser ininterrupto. Os policiais terão autonomia para acionar o equipamento somente durante operações e abordagens.
O novo modelo começou a ser usado ainda em fase de testes no final do ano ado. À época, Tarcísio ou a defender o equipamento e itiu que tinha errado ao questionar a eficácia e importância das câmeras nas fardas. Ele também alegou que a troca só seria feita após avaliação dos resultados.
As discussões chegaram ao STF justamente após o MP e a Defensoria questionarem o fim da gravação ininterrupta — que poderia prejudicar a qualidade e a eficácia do registro da ocorrência.
Com a inclusão de políticas de fiscalização, obrigatoriedade do uso em determinadas circunstâncias, ampliação do número de equipamentos, distribuição e transparência, o modelo foi aceito e o acordo, homologado.
Gravação
Como é: Modelo atual usado pelos policiais tem gravação contínua, ou seja, registra tudo que ocorre durante o turno.
Como será: Gravação deixa de ser ininterrupta. Policiais am a ter autonomia para acionar o equipamento durante abordagens e operações.
Acionamento
Como é: Modelo atual prevê apenas acionamento manual, ou seja, precisa ser feito pelo próprio policial.
Como será: As câmeras poderão ser acionadas de três formas:
- pelos próprios policiais;
- pelo Centro de Operações da Polícia Militar;
- de maneira automática, por bluetooth, quando um agente estiver a menos de 10 metros de uma ocorrência.
Se a câmera for desligada durante uma ocorrência, haverá mecanismos de ativação automática, sem a perda de imagens.
Quantidade
Como é: PM tem atualmente 10.025 mil equipamentos em uso.
Como será: Número deverá subir para 15 mil câmeras. Dessa forma, todos os batalhões considerados prioritários serão atendidos.
Uso em operações de risco
Como é: Uso não é obrigatório em grandes operações ou ações em comunidades e após ataques a policiais.
Como será: Uso a a ser obrigatório nas seguintes situações:
- Operações de grande envergadura;
- Incursões em comunidades vulneráveis;
- Em resposta a ataques praticados contra policiais militares.
Distribuição
Como é: Não tinha critério e chegou até a ser direcionada para batalhões que atuam no trânsito.
Como será: Direcionada aos batalhões de alta e média letalidade, como os Batalhões de Ações Especiais de Polícia e unidades da Baixada Santista.
Transparência
Como é: Sem dados públicos sobre a distribuição, o às imagens dependia de autorização judicial.
Como será: Ministério Público do Estado deverá ser comunicado mensalmente sobre todos os processos istrativos instaurados. Relatórios semestrais deverão ser divulgados sobre a atividade disciplinar, em razão do uso inadequado.
Fiscalização
Como é: Sem regras e informações claras sobre uso incorreto do equipamento.
Como será: Governo deverá fortalecer programa de capacitação, além de editar, no prazo de 60 dias, norma com diretrizes e procedimentos operacionais relativos à utilização pela PM. O estado assumiu o compromisso de conduzir, de forma rápida e com base nas leis aplicáveis, processos istrativos disciplinares para apurar descumprimento das normas relativas ao uso do equipamento.
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