Moraes nega recurso de Zambelli e mantém condenação de 10 anos
Julgamento ocorre em plenário virtual, nesta sexta-feira (6), entre 11h e 23h59; nesta modalidade não há discussão entre os ministros
Brasília|Gabriela Coelho e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou recurso da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e manteve decisão que a condenou a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ocorrida em 2023.
O julgamento ocorre em plenário virtual, nesta sexta-feira (6), entre 11h e 23h59. Nesta modalidade, não há discussão entre os ministros. Se houver um pedido de vista, o julgamento é suspenso. Se houver um pedido de destaque, o caso é levado ao plenário físico.
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Em seu voto, o ministro Alexandre de Moraes rejeitou os recursos apresentados pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) e declarou o trânsito em julgado do processo, o que significa que não cabe mais recurso.
Os ministros Luiz Fux, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia acompanharam o voto do relator, Alexandre de Moraes.
No recurso, a defesa pedia a absolvição da deputada, alegando que houve cerceamento de defesa pela falta de o a todas às provas produzidas durante a investigação. Os advogados também contestaram a condenação de Zambelli ao pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos.
Conforme denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), Carla Zambelli foi a autora intelectual da invasão ao sistema do CNJ para emissão de um mandado falso de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Segundo as investigações, a ação foi executada pelo hacker Walter Delgatti, que confirmou ter feito o trabalho a mando da parlamentar. O hacker foi condenado a oito anos e três meses de prisão no mesmo processo.
Nesta semana, a parlamentar anunciou que está fora do Brasil. Com isso, teve a prisão preventiva decretada, ou a ser considerada foragida e foi incluída na lista vermelha de procurados pela Interpol.
Entenda o que pode acontecer após deputada ser incluída na lista da Interpol
Após anunciar ter deixado o país mesmo estando condenada a dez anos de prisão, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol nessa quinta-feira (5). Com isso, a Itália, país que Zambelli buscou refúgio, poderá prendê-la provisoriamente até que ela seja extraditada. Entretanto, o andamento do caso vai depender da disposição do governo italiano em aceitar um eventual pedido do Brasil.
A difusão vermelha da Interpol funciona como um alerta para polícias de todo mundo sobre fugitivos procurados internacionalmente. Desta forma, a pessoa pode ser presa em qualquer um dos 196 países membros da Interpol. Apesar disso, cabe à nação decidir se vai prender ou não o indivíduo.
Outras etapas precisam ser cumpridas para que de fato ela seja trazida de volta ao Brasil. “A inclusão de Carla Zambelli na difusão vermelha da Interpol é um importante o nesse processo de extradição. Mas ele não basta por si só. Depende, ainda, de um pedido de extradição feita pelo governo brasileiro, via Ministério da Justiça, para ser encaminhado para a autoridade competente na Itália”, explica o advogado criminalista e mestre em direito Rafael Paiva.
Zambelli também tem cidadania italiana, mas isso não impediria uma eventual extradição, pois, diferente do Brasil, a legislação do país permite a entrega de nacionais. Inclusive, um caso semelhante abre precedentes.
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