Recurso com aumento do IOF é necessário para evitar aumento da taxa de juros, diz Alckmin
Novas regras para a cobrança desses impostos geraram embate entre o governo e o Congresso, que não é favorável à proposta
Brasília|Beatriz Oliveira*, do R7, em Brasília

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou nesta sexta-feira (30) que os recursos arrecadados a partir do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) são necessários para conter o aumento da taxa de juros e manter o déficit fiscal zero.
“É necessário o recurso. Essa medida do IOF é exatamente para evitar aumento ainda maior da taxa de juros e até ajudar que ela possa cair mais depressa. E, portanto, manter o déficit zero do ponto de vista fiscal”, disse.
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Ao ser questionado se o governo deve apresentar ao Congresso uma alternativa ou vai manter a proposta de aumento ao IOF, o vice-presidente afirmou que a gestão está otimista, mas se mantém preocupada com o valor dos juros.
“Se houver uma proposta melhor, há que se discutir. Mas o recurso é necessário e foi bastante discutido. É uma proposta importante. Nós estamos otimistas. Eu acho que o Brasil tem tudo para poder ter um crescimento melhor ainda este ano. O que nos preocupa é a taxa de juros muito elevada”, reforçou.
Embate no Congresso
O clima no Congresso é de descontentamento com as novas regras para a cobrança dos impostos. O presidente Davi Alcolumbre (União-AP) indicou que a decisão de aumentar o IOF é uma tentativa de “usurpar as atribuições legislativas do Poder Legislativo”.
A declaração de Alckmin ocorre após o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), ter dado um prazo de dez dias para o governo apresentar um plano alternativo.
Motta afirmou que a nova proposta deve ser algo “duradouro e consistente” e que “evite gambiarras tributárias que prejudicam o país”.
Caso o governo não apresente outra saída até o dia 10 de junho, a Câmara deve pautar uma nova proposta que deve barrar o aumento da cobrança de impostos.
“Nosso país está cansado do aumento de impostos, há um esgotamento nessa Casa em relação a essas medidas. Se podemos discutir algo de médio e longo prazo, eu penso que isso pode melhorar o ambiente econômico”, afirmou Motta.
*Sob supervisão de Bruna Lima
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