STF já interrogou 43 testemunhas em ação sobre golpe; 21 ainda serão ouvidas
Audiências de instrução seguem conforme o cronograma estabelecido, com sessões previstas até 2 de junho
Brasília|Gabriela Coelho e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

O STF (Supremo Tribunal Federal) já ouviu 43 testemunhas do núcleo 1 em ação penal sobre tentativa de golpe de Estado. Até o momento, houve 16 desistências e duas declarações escritas. Ainda serão ouvidas 21 pessoas, que foram indicadas pelos réus, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Também são réus do núcleo 1 Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto; o ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e deputado federal Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno; e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Todos os oito são acusados de cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
As audiências de instrução seguem conforme o cronograma estabelecido pelo STF, com sessões previstas até o dia 2 de junho.
Nesta quinta-feira (29), ex-ministros e autoridades que testemunham a pedido da defesa de Anderson Torres relataram detalhes de reuniões ministeriais realizadas em 2022. Segundo os depoentes, os encontros trataram principalmente do processo eleitoral e da atuação das instituições federais durante o período.
Veja o cronograma de quem ainda deve ser ouvido
Sexta-feira (30) - testemunhas de Anderson Torres
- Ciro Nogueira, senador e ex-ministro-chefe da Casa Civil (testemunha também das Defesas de Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira);
- João Hermeto, deputado distrital;
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL;
- Esperidião Amin, senador;
- Ubiratan Sanderson, deputado federal.
Sexta-feira (30) - testemunhas de Jair Bolsonaro
- Tarcisio Gomes de Freitas, governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura;
- Amauri Feres Saad, advogado;
- Wagner de Oliveira, militar;
- Renato de Lima França, ex-subchefe de assuntos jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência;
- Gilson Machado, ex-ministro do Turismo;
- Jonathas Assunção Salvador Nery, ex-secretário executivo da Casa Civil;
- Ricardo Peixoto Camarinha, médico;
- Giuseppe Dutra Janino, ex-servidor do TSE;
- Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.
Segunda-feira (2) - testemunhas de Anderson Torres
- Marcos Montes, ex-ministro da Agricultura;
- Sandro Nunes Vieira, juiz;
- Ana Paula Marra, secretário do Desenvolvimento Social do DF;
- Saulo Luis Bastos.
Segunda-feira (2) - testemunha de Jair Bolsonaro
- Rogério Marinho, ex-ministro do Desenvolvimento Regional (testemunha também de Walter Braga Netto);
Tramitação da ação penal
A coleta do depoimento das testemunhas marca a fase de instrução criminal da ação penal no STF. Nesse momento, também serão produzidas provas periciais e eventuais diligências complementares para detalhar algum fato.
Depois disso, o relator marca a data para o interrogatório dos réus. Se algum acusado tiver firmado acordo de colaboração premiada, o prazo para os demais réus começa a contar após a defesa do colaborador.
Finalizada essa fase processual, o relator da ação penal preparará o relatório (resumo do caso) e o voto. Não há prazo para o ministro concluir a análise. Quando a ação penal estiver pronta para julgamento, o relator liberará o processo para inclusão na pauta do colegiado.
A expectativa dentro do STF é que o caso do “núcleo crucial” seja julgado entre setembro e outubro deste ano. O processo tramita na Primeira Turma da corte, composta pelos ministros:
- Cristiano Zanin (presidente da Turma);
- Alexandre de Moraes (relator do caso);
- Cármen Lúcia;
- Flávio Dino;
- Luiz Fux.
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