Tarcísio e aliados de Bolsonaro começam depoimentos a Moraes em ação por tentativa de golpe
Coleta do depoimento das testemunhas marca a fase de instrução criminal da ação penal no STF
Brasília|Gabriela Coelho e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

O STF (Supremo Tribunal Federal) terá nesta sexta-feira (30) mais uma rodada de depoimentos na ação que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Os depoimentos serão divididos entre manhã e tarde, com encerramento das testemunhas de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres pela manhã e início das audiências com testemunhas de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro no período da tarde. Um dos interrogados será o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Ao todo, estavam previstos 14 depoimentos para o dia. No entanto, Bolsonaro pediu a dispensa de quatro testemunhas dele: o deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL-RJ); o ex-ministro do Turismo Gilson Machado; o advogado Amauri Feres Saad; e o médico Ricardo Peixoto Camarinha. O relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, precisa analisar o pedido.
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Depoimentos da manhã
Pela manhã, serão ouvidas as seguintes testemunhas indicadas por Anderson Torres:
- Ciro Nogueira – senador (PP-PI) e ex-ministro da Casa Civil;
- João Hermeto – deputado distrital (MDB-DF);
- Valdemar Costa Neto – presidente nacional do PL;
- Esperidião Amin – senador (PP-SC);
- Ubiratan Sanderson – deputado federal (PL-RS).
Ciro Nogueira também foi escolhido como testemunha pelas defesas de Jair Bolsonaro e do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Depoimentos da tarde
À tarde, começam os depoimentos das testemunhas da defesa de Jair Bolsonaro. Nesta sexta, podem ser ouvidos:
- Tarcísio Gomes de Freitas – governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura;
- Wagner de Oliveira – coronel do Exército;
- Renato de Lima França – ex-subchefe para Assuntos Jurídicos do governo Bolsonaro;
- Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro – diplomata e ex-assessor internacional do Planalto;
- Giuseppe Dutra Janino – ex-secretário de Tecnologia da Informação do TSE;
Depoimentos
As testemunhas exercem um papel importante nos processos judiciais, pois são responsáveis por apresentar relatos que ajudam a explicar os fatos. As testemunhas, quando convocadas, contribuem para a busca da verdade, sendo peças-chave nas decisões judiciais.
Além de apresentarem informações relevantes, as testemunhas podem ser a base para comprovar ou refutar alegações feitas pelas partes envolvidas no caso, mas não podem faltar com a verdade.
Conforme o artigo 342 do Código Penal, “fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, policial ou istrativo, ou em juízo arbitral” equivale a uma pena de reclusão, de três a oito anos, e multa.
Tramitação da ação penal
A coleta do depoimento das testemunhas marca a fase de instrução criminal da ação penal no STF. Nesse momento, também serão produzidas provas periciais e eventuais diligências complementares para detalhar algum fato.
Depois disso, o relator marca a data para o interrogatório dos réus. Se algum acusado tiver firmado acordo de colaboração premiada, o prazo para os demais réus começa a contar após a defesa do colaborador.
Finalizada essa fase processual, o relator da ação penal preparará o relatório (resumo do caso) e o voto. Não há prazo para o ministro concluir a análise. Quando a ação penal estiver pronta para julgamento, o relator liberará o processo para inclusão na pauta do colegiado.
A expectativa dentro do STF é que o caso do “núcleo crucial” seja julgado entre setembro e outubro deste ano. O processo tramita na Primeira Turma da corte, composta pelos ministros:
- Cristiano Zanin (presidente da Turma);
- Alexandre de Moraes (relator do caso);
- Cármen Lúcia;
- Flávio Dino;
- Luiz Fux.
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