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Fezes de pinguins podem ajudar animais a se ‘protegerem’ das mudanças climáticas; entenda

Estudo revela que amônia liberada pelo guano dos pinguins-de-adélia na Antártida contribui para proteção do gelo marinho

Internacional|Do R7

Fezes de pinguins podem ajudar animais a se 'protegerem' das mudanças climáticas Divulgação/Jean Wimmerlin/Unsplash

Na vastidão gelada da Antártida, um elemento inusitado está chamando a atenção dos cientistas: as fezes dos pinguins. Isso porque o excremento, também chamado de guano, pode desempenhar um papel surpreendente na proteção do habitat desses animais contra os impactos das mudanças climáticas.

Pesquisadores descobriram que a amônia liberada por essas fezes pode influenciar a formação de nuvens na Antártida. Essas nuvens ajudam a reduzir as temperaturas na superfície e a proteger o gelo marinho, essencial para a sobrevivência dos pinguins, que estão ameaçados pelo aquecimento global.

Os detalhes dessa descoberta foram descritos em uma pesquisa publicada no último dia 22 no periódico Communications Earth & Environment, que pertence à Nature Research.

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Como o guano afeta o clima?

O estudo explica que a amônia presente no guano dos pinguins-de-adélia – a espécie mais comum da região, com uma população estimada em 10 milhões – interage com gases contendo enxofre, produzidos por microrganismos oceânicos.


Essa reação química acelera a formação de partículas no ar, que servem como base para a condensação do vapor de água, formando nuvens. Elas, por sua vez, agem como uma camada isolante, refletindo a luz solar e ajudando a manter as temperaturas mais baixas, o que reduz o derretimento do gelo marinho.

“Existem conexões entre coisas que acontecem em nosso planeta natural que simplesmente não esperamos”, disse o líder do estudo, o cientista atmosférico Matthew Boyer, da Universidade de Helsinque, ao jornal The Washington Post. “E esta é uma delas”.


Durante o inverno de 2023, Boyer e sua equipe mediram a concentração de amônia próximo à Base Marambio, perto de uma colônia de 60 mil pinguins-de-adélia. Quando o vento soprava da direção da colônia, os níveis de amônia no ar aumentavam mais de 1.000 vezes em relação ao normal.

Mesmo após a migração dos pinguins, no final de fevereiro, a concentração permaneceu significativamente alta, segundo a pesquisa.


Em um experimento, os cientistas observaram que, apenas três horas após um aumento nas partículas atmosféricas, formou-se uma neblina, provavelmente causada pela amônia do guano.

Além da amônia, o estudo identificou que a dimetilamina, também presente no guano, amplifica a formação de partículas em até 10.000 vezes, o que força o impacto dos pinguins no clima local.

Por que isso é importante?

O gelo marinho da Antártida, que reflete a luz solar e mantém as regiões polares frias, está diminuindo. Em 2023, o Oceano Antártico registrou a segunda menor extensão de gelo marinho já observada, uma queda que se seguiu no ano seguinte.

Essa perda ameaça os ecossistemas, já que águas mais quentes reduzem o fitoplâncton, base da cadeia alimentar de krill e peixes, alimentos que são essenciais para a sobrevivência dos pinguins.

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