Marcos Azambuja, referência da diplomacia brasileira, morre aos 90 anos
Azambuja coordenou a Rio-92 e estabeleceu um plano de ação global para o desenvolvimento sustentável
Internacional|Do Estadão Conteúdo

Morreu na quarta-feira (28) o embaixador Marcos Azambuja, aos 90 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).
Segundo a instituição, Azambuja teve uma atuação de destaque em questões multilaterais, como desarmamento e meio ambiente, e deixou uma marca “singular” nos postos que chefiou em Buenos Aires e Paris. “Tinha uma capacidade única de explicar as questões diplomáticas com clareza, precisão e até mesmo humor”, afirma a nota do Cebri.
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Azambuja era colaborador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e estava trabalhando em um livro que reuniria textos diplomáticos. Em sua carreira, serviu como embaixador do Brasil na Argentina e na França, além de ter chefiado a delegação brasileira para o desarmamento e os direitos humanos, em Genebra.
Ele também coordenou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento — conhecida como Rio-92 — que estabeleceu um plano de ação global para o desenvolvimento sustentável. No Ministério das Relações Exteriores, atuou como secretário-geral, cargo equivalente ao de vice-chanceler.
Marcos Azambuja nasceu no Rio de Janeiro, em 1935, e era considerado um dos diplomatas mais importantes do país.
Articulista
Articulista, Marcos Azambuja produziu textos para diferentes publicações ao longo de sua vida. Mais recentemente, trabalhava em um livro que reuniria seus escritos — que versavam sobre a diplomacia e outros assuntos.
“Com sua partida, o mundo ficou menos inteligente, menos divertido e menos sábio. Para o Cebri, em particular, trata-se de uma perda irreparável, uma vez que o embaixador era um colaborador atuante desde a sua fundação. Manifestamos nossas sinceras condolências à família, aos amigos e aos colegas”, diz o comunicado.