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Por que a Rússia está acusando a Sérvia de traição?

Moscou alega que Belgrado está fornecendo armas à Ucrânia por meio de intermediários da Otan; Sérvia nega parte das acusações

Internacional|Do R7

Encontro entre os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Aleksandar Vucic, da Sérvia, em 2019 Reprodução/X/@BRICSinfo

A Rússia acusou na quinta-feira (29) a Sérvia, um tradicional aliado, de traição por exportar armas para a Ucrânia, um gesto que Moscou classificou como uma “facada nas costas”. As informações são da agência de notícias Associated Press (AP) e da rede Al Jazeera.

Em um comunicado, o SVR (Serviço de Inteligência Estrangeiro Russo) disse que empresas de defesa da Sérvia estão fornecendo munição à Ucrânia, que está em guerra com a Rússia desde 2022, apesar da neutralidade declarada por Belgrado.

O serviço russo diz que essas exportações ocorrem por meio de intermediários da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), como República Tcheca, Polônia e Bulgária, e de países africanos não identificados.

“Eles têm um propósito claro: matar e mutilar militares russos e a população civil”, declarou o SVR, destacando que as vendas envolvem “centenas de milhares de projéteis” e “um milhão de cartuchos de munição para armas pequenas”.


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Relatos de apoio há anos

A indústria de armas da Sérvia, que utiliza projetos da era soviética, produz munições compatíveis com equipamentos usados tanto por forças russas quanto ucranianas, segundo a AP.

Relatos de exportações sérvias para a Ucrânia, especialmente munição de calibre soviético, circulam desde 2023. Um documento vazado do Pentágono naquele ano sugeriu que a Sérvia havia concordado em fornecer armas às forças ucranianas, apesar de sua neutralidade oficial.


Além disso, o jornal britânico Financial Times reportou em 2024 que a Sérvia exportou pelo menos US$ 908 milhões em munição para a Ucrânia por meio de terceiros desde o início da invasão russa, em 2022.

O SVR alegou que as transferências são realizadas por meio de um “esquema simples” com certificados falsos de usuários finais e países intermediários, servindo como “cobertura para ações antirrussas”.


A Rússia questiona o momento de tais exportações, que, segundo o SVR, contribuem para uma guerra que o Ocidente deseja que resulte em uma “derrota estratégica” de Moscou.

“Parece que o desejo dos trabalhadores da indústria de defesa sérvia e seus clientes de lucrar com o sangue dos povos eslavos irmãos os fez esquecer quem são seus verdadeiros amigos e inimigos”, disse o órgão, segundo a Al Jazeera.

Resposta sérvia

Em resposta, o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, negou algumas das acusações e informou que discutiu o tema com o presidente russo, Vladimir Putin, durante uma recente visita a Moscou, segundo a AP.

Vucic confirmou à emissora estatal RTS que os dois países formaram um grupo de trabalho para investigar como as armas fabricadas na Sérvia estariam chegando às linhas de frente ucranianas.

“Algumas das coisas que foram ditas não são verdade”, declarou Vucic, sem especificar quais alegações seriam falsas.

A Sérvia mantém uma posição delicada. Embora tenha condenado a invasão da Ucrânia pela Rússia nas Nações Unidas, Belgrado resistiu às pressões para aderir às sanções ocidentais contra Moscou.

A Rússia continua sendo o principal fornecedor de gás da Sérvia e controla sua única refinaria de petróleo. Ao mesmo tempo, Vucic já se encontrou diversas vezes com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressando apoio à integridade territorial da Ucrânia, segundo a Al Jazeera.

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