Polícia prende nove suspeitos de integrar facção do Comando Vermelho em BH
Quadrilha tentava controlar pontos de venda de drogas e é investigada por tráfico e homicídios em bairro da região Leste da capital mineira
Minas Gerais|Gabriela Neves*, do R7Minas

A Polícia Civil de Minas Gerais realizou, nesta quinta-feira (29), uma grande operação para combater a atuação do Comando Vermelho no Conjunto Taquaril, na região Leste de Belo Horizonte. A facção estaria tentando assumir o controle dos pontos de tráfico na comunidade, o que teria desencadeado uma sequência de homicídios e conflitos armados.
Nove dos doze mandados de prisão foram cumpridos, e os presos, segundo a polícia, fazem parte de um esquema altamente organizado, com estrutura hierárquica e divisão de funções. Os suspeitos integrantes são moradores da comunidade, mas se intitulam membros do Comando Vermelho.
A investigação começou em outubro de 2023, após o assassinato de um homem no bairro. Segundo a delegada Ana Paula Rodrigues de Oliveira, a apuração ao longo de sete meses ligou os suspeitos a uma série de crimes violentos da região. Estima-se que entre cinco a sete mortes ocorridas no período possam estar diretamente relacionadas à guerra entre facções na área.
Um dos casos mais chocantes aconteceu no fim de abril: um jovem de 18 anos foi arrancado de casa por oito homens e executado com 14 tiros de fuzil. A sigla da facção foi pichada no local do crime. Dias depois, dois homens foram baleados e morreram após um confronto com a PM, também no Taquaril.
Cerca de 120 policiais civis participaram da operação, com apoio de cães farejadores e de um helicóptero. Foram cumpridos também 17 mandados de busca e apreensão, e os policiais recuperaram armas, rádios comunicadores e drogas embaladas com a sigla do Comando Vermelho.
Segundo o delegado Matheus Marques, foi a própria população quem denunciou a atuação do grupo. Inclusive, parentes de suspeitos procuraram a polícia em busca de ajuda. “É um reflexo do medo que esse grupo vem gerando na comunidade”, afirmou o delegado.
A Polícia Civil reforçou que Minas Gerais ainda não tem presença consolidada de grandes facções, o que desperta o interesse de grupos criminosos de fora. “Mas nós não vamos permitir que isso aconteça”, disse Marques.
A ação foi batizada de Operação Cerberus, em referência à criatura da mitologia grega de várias cabeças que guardava a porta do mundo dos mortos, uma metáfora à facção que, segundo a polícia, tenta controlar diversas frentes do crime.
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