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Dia Mundial sem Tabaco: saiba como a dependência do cigarro afeta cada parte do corpo

Brasil registra aumento no número de fumantes pela primeira vez desde 2007

Saúde|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Dados do Ministério da Saúde mostram crescimento de 25% no número de fumantes no Brasil entre 2023 e 2024 Joédson Alves/Agência Brasil/Arquivo

Dados do Ministério da Saúde indicam aumento no número de fumantes no Brasil entre 2023 e 2024 — movimento inédito desde 2007. Neste sábado (31), o Dia Mundial sem Tabaco reforça os malefícios do cigarro e os principais problemas de saúde decorrentes do uso.

Embora o tabagismo costume ser associado ao câncer de pulmão, especialistas alertam para impactos em diversas partes do corpo, como olhos, rins e sistema reprodutor.

“Quando uma pessoa fuma, inala milhares de substâncias tóxicas. Muitas entram na corrente sanguínea e se espalham por todo o organismo“, explica o pneumologista Dr. Rafael Melo, do Hospital Brasília, da Rede Américas.

Esse processo provoca inflamação, danos aos vasos sanguíneos e estresse oxidativo, comprometendo o funcionamento de praticamente todos os órgãos, continua o especialista.


O servidor público Rodrigo Trajano deixou o cigarro em 2020, motivado por sintomas persistentes. Uma tosse contínua, mesmo após a recuperação de um resfriado, chegava a interromper seu sono durante a noite.

Rodrigo também relata dedos amarelados e odor perceptível para amigos e colegas.


“Cheguei a fumar uma carteira e meia por dia. Durante o processo de abandono, usei adesivos de nicotina, essenciais para mim. Hoje, não me vejo mais fumando. Olho para fotos antigas, com cigarro na mão, e não me reconheço”, afirma.

Casos como o dele ilustram relatos comuns entre ex-fumantes, que descrevem impactos muitas vezes distantes do sistema respiratório.


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Consequências do cigarro

Tipos de câncer

Segundo o Dr. Melo, o cigarro eleva o risco de vários tipos de câncer — entre eles, boca, garganta, esôfago, estômago, rim e bexiga.

“Além disso, representa um dos principais fatores de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, além de doenças respiratórias crônicas, como a DPOC [Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica], condição irreversível que prejudica intensamente a qualidade de vida. O impacto do tabagismo é realmente amplo.”

O médico Fabrício Sanches, médico pneumologista do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, também ressalta a quantidade de subtâncias cancerígenas presentes nos cigarros. “A fumaça do cigarro contém milhares de substâncias tóxicas, incluindo mais de 70 cancerígenas, como nicotina, monóxido de carbono e alcatrão”

Ainda segundo Sanches, essas substâncias são absorvidas rapidamente pela corrente sanguínea e distribuídas para todos os tecidos e órgãos, causando:

  • Lesões diretas nas células e no DNA, favorecendo o desenvolvimento de cânceres em múltiplos órgãos.
  • Inflamação crônica e danos vasculares, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e neurológicas.
  • Alterações hormonais e metabólicas, afetando sistemas como o reprodutivo, digestivo e endócrino.
  • Imunossupressão, tornando o organismo mais vulnerável a infecções e doenças autoimunes

AVC

O especialista destaca os efeitos agressivos do cigarro sobre as artérias. As substâncias presentes favorecem o acúmulo de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos e alteram a coagulação, facilitando a formação de coágulos.

“Esse conjunto de fatores aumenta consideravelmente o risco de infarto e AVC entre fumantes, em comparação com quem não fuma”, observa.

Já o pneumologista Fabrício Sanches ressaltou que o uso do produto reduz a oferta de oxigênio aos tecidos devido ao monóxido de carbono, agravando a isquemia e aumentando o risco de eventos cardiovasculares graves. “Fumantes têm até o dobro de risco de sofrer AVC e infarto em relação a não fumantes, e o risco é ainda maior quando há outros fatores associados, como hipertensão e diabetes”, completa.


Saúde mental

Além do risco de doenças neurológicas, como AVC e demência, o cigarro também interfere na saúde mental.

A nicotina gera dependência química, frequentemente sustentada por um ciclo de ansiedade e abstinência.

“A curto prazo, pode haver uma falsa sensação de alívio. No entanto, a longo prazo, surgem quadros de ansiedade, depressão, piora na qualidade do sono e prejuízo cognitivo”, destaca o pneumologista.

Além disso, o tabagismo pode resultar em problemas mais sérios. Segundo o Sanches, os principais mecanismos incluem:

  • Estresse oxidativo e inflamação cerebral, acelerando a degeneração de neurônios e aumentando o risco de doenças como Alzheimer e Parkinson
  • Redução da neuroplasticidade, prejudicando memória, aprendizagem e funções cognitivas.
  • Alterações na estrutura e funcionamento do cérebro, afetando áreas relacionadas ao autocontrole, planejamento e emoções
  • A nicotina pode agravar quadros de ansiedade, depressão e dependência, além de mascarar sintomas psiquiátricos

Pele

O cigarro acelera o envelhecimento da pele. A circulação sanguínea comprometida reduz a produção de colágeno e elastina — proteínas essenciais para manter firmeza e juventude.

“O resultado aparece em forma de rugas, flacidez, manchas, mau hálito e dentes amarelados. O cigarro envelhece não apenas por dentro, mas também por fora”, reforça Melo.

Tabagismo ivo

A exposição à fumaça, mesmo sem fumar, também traz riscos importantes.

“Crianças expostas apresentam maior propensão ao desenvolvimento de asma, infecções respiratórias e otites”, alerta o médico. O Dr. Fabrício também chama atenção que crianças expostas ao fumo ivo têm maior risco de alergias, crises de asma, bronquite, rinite, infecções respiratórias, pneumonia e agravamento de doenças pulmonares crônicas.

“O fumo ivo é responsável por cerca de 1 milhão de mortes por ano no mundo, incluindo 60 mil crianças menores de 10 anos”, ressaltou.

Impacto financeiro

Além dos danos à saúde, o tabagismo representa alto custo para os cofres públicos.

A pesquisa A Conta que a Indústria do Tabaco Não Conta, do INCA (Instituto Nacional de Câncer), revela: para cada R$ 1 de lucro obtido pela indústria, o Brasil gasta até três vezes esse valor com tratamentos de doenças relacionadas ao tabaco — e até 5,1 vezes, considerando os custos totais (diretos e indiretos), conforme detalhado no estudo.

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