Ministério confirma controle da gripe aviária em granja do RS; restrições podem cair em 14 dias
Segundo a pasta, vírus não ‘saiu da granja para fora’, e país aguarda fim do vazio sanitário para retomar exportações
Saúde|Do R7, em Brasília

O Ministério da Agricultura e Pecuária informou nesta quarta-feira (4) que o Brasil conseguiu conter a gripe aviária na granja comercial na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e que o caso “não saiu da granja para fora”. Segundo a pasta, o sistema brasileiro “funcionou”, e a expectativa é de que em 14 dias as restrições comerciais possam ser reduzidas “significativamente” até a retomada da normalidade.
De acordo com o ministério, o caso está no 14º dia de vazio sanitário, que termina em 18 de junho. O termo refere-se a um período de 28 dias durante o qual a granja afetada deve permanecer sem atividades. Se não houver novos casos, a região poderá ser considerada livre da gripe aviária.
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“O que já fica muito comprovado é que o caso não saiu da granja para fora. A expectativa é que, no final dos 28 dias [de vazio sanitário], a gente possa reduzir significativamente as restrições comerciais até a volta completa à normalidade da comercialização”, afirmou o ministro Carlos Fávaro.
O chefe da pasta comentou o episódio envolvendo aves encontradas mortas no Zoológico de Brasília no fim de maio. Exames constataram que uma delas morreu por gripe aviária. Segundo Fávaro, não há motivo para “nenhum tipo alarde”.
“É um caso de animal silvestre, como outros 168 casos que já ocorreram no Brasil nos últimos dois anos e que não têm restrição nenhuma”, disse.
O que é a gripe aviária?
A gripe aviária, ou influenza aviária, é uma doença infecciosa causada por subtipos do vírus Influenza tipo A, como o H5N1. Ela afeta principalmente aves, mas pode, em casos raros, infectar mamíferos, incluindo humanos. O vírus circula globalmente desde 2006, sendo este o primeiro registro em uma granja comercial no Brasil.
O período de incubação, no caso de gripe aviária, varia normalmente de um a dez dias, e para fins de saúde pública esse é o período que deve ser considerado para vigilância e manejo de casos e contatos.
Segundo Fávaro, no caso da granja comercial de Montenegro, inicialmente 35 animais apresentaram sintomas, mas a infecção logo se espalhou.
“É óbvio que esse vírus é bastante agressivo, então rapidamente já começou ter outras mortes dentro dessa granja”, afirmou. Todos os 17 mil animais da granja ou morreram, ou foram abatidos.
Como ocorre a transmissão?
Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão entre aves ocorre por meio do contato com secreções respiratórias ou fezes contaminadas. A infecção humana é rara e está geralmente associada ao contato direto e desprotegido com aves infectadas ou superfícies contaminadas. A transmissão de pessoa para pessoa é extremamente rara e, quando ocorre, não é sustentada.
Quais são os sintomas em caso de infecção?
Em humanos, os sintomas podem variar de leves a graves, incluindo:
- Febre alta;
- Tosse;
- Dor de garganta;
- Dores musculares;
- Falta de ar; e
- Em casos graves, pode evoluir para pneumonia ou falência de órgãos.
O tratamento recomendado é o uso de antivirais, como o oseltamivir, especialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas
Quais são os protocolos sanitários?
A partir da confirmação do caso, os protocolos de emergência zoossanitária são acionados. Com isso, vendas internas e exportações são afetadas.
É seguro continuar comendo frango e ovos?
Especialistas garantem que o consumo de carne de frango e ovos segue seguro, desde que respeitadas as orientações sanitárias. “Não há evidência de transmissão pela ingestão de alimentos de origem aviária preparados corretamente”, reforça a Food and Drug istration, órgão norte-americano.
Desde 2003, foram confirmadas 874 infecções humanas por H5N1 no mundo, com 458 mortes. Nas Américas, ocorreram três casos: nos Estados Unidos (2022), no Equador (2023) e no Chile (2023). No Brasil, até agora, não houve registros em humanos.
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